segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pequenas provações

As coisas negativas precisam acontecer para que possamos entender as positivas. Tem dias que você poderia jurar que fez as escolhas erradas, e aguarda um presente da vida, uma situação que na maioria das vezes nunca vem. Na hora de batalhar pelo nosso espaço, seja lá o profissional, familiar, amigos ou até a relação conjugal, sempre é necessário se reinventar.

Vidas que viram rotina, parecem poços de água sem lençóis freáticos que a re-oxigenem. Vira um lodo só, ou cheio de mosquitos e começa a apodrecer. A vida nunca será fácil, a não ser que você batalhe duramente para isso acontecer todos os dias.

Vi muitas pessoas enriquecer, mas apodrecerem como pessoas. Viraram escravas da exibição do que adquiriram, onde compraram isso ou aquilo, onde viajaram, o carro que compraram, a promoção do tênis de R$ 1.000 e por aí afora. Não falam mais dos filmes que assistiram ou do grande livro que me indicariam. Já são mais exigentes quanto aos lugares que freqüentam. As piadas e a troca de idéias que tanto nos aproximaram em mútuo respeito, perderam em brilho pessoal e conteúdo.

Outros ficaram importantes. Mas não deram mais importância ao mais importante, que é a humildade. Vestiram o cabresto da superioridade que julgam possuir, e sequer percebem que quem os ronda aguarda o momento de tirar seu trono.

Se na vida temos que fazer escolhas, aprendemos por essas pessoas os verdadeiros valores. Ao evitar por qualquer forma de preconceito seja financeiro, social, político, religioso, ... o quanto valem a pena estar ao nosso lado.

Encontros … família … alegria.

Dá para juntar isso tudo em 5 horas para re-encontrar os velhos e imutáveis valores de família. Entre boas risadas, o carinho de saber que as pessoas com quem você conversa se interessam pelo seu bem estar.

A história já começa com o local. A casa fica no interior, subindo um morro de estrada de barro, onde haviam caído algumas barreiras nessa semana. Meu carro 1.0 sonhou em ter tração 4 rodas Depois de várias subidas abre-se uma clareira com algumas casinhas e um rancho.
A mesa sempre está abarrotada pelas delícias caseiras que você não trocaria pelo bolo mais atraente da melhor padaria de sua cidade. Elas tem um ingrediente especial: não foram compradas, foram feitas … e por alguém que ficou feliz por você visitá-la. O café, aquece sobre o fogão a lenha e o clima, naquela altura, é como um oásis do calor lá embaixo.
As tias com sua alegria contagiante, relatam suas histórias e pequenos dramas. Atualizamos a vida. Chega o bisneto de 6 meses que fez sua filha virar avó. Aquele pedacinho de gente vira atração, e já há fila de braços femininos.
De repente alguém tem uma ótima idéia: vamos jogar uma canastra? Naquela hora, foi uma grande sugestão. Nada de futebol na tv. Vamos nos entretendo nas emoções de um jogo que tantas formas diferentes de ser jogado e pontuado. E entre um “assim nunca joguei”, vamos ensinando a mente à se adaptar àquilo que era instintivo. É um desafio. Simples …
E lá se foi o domingo. Lamento por aqueles que desprezam ou mesmo não conseguem preservar esses valores de família. É voltar à suas origens, sua história, saber que você é parte de uma tribo, que carrega no sangue uma parte do seu e dos outros.